Ansiedade e o corpo: quando os sintomas físicos escondem um transtorno emocional

“Parece que estou tendo um infarto.”

“Minhas mãos suam, meu peito aperta, sinto falta de ar.”

Essas são frases comuns de quem convive com sintomas físicos da ansiedade. Muitas vezes, antes de um diagnóstico emocional, a pessoa passa por diversos especialistas — do cardiologista ao neurologista — tentando entender o que está acontecendo com o corpo. E a resposta, muitas vezes, não está no coração ou nos pulmões, mas na mente.

A ansiedade é um transtorno real e sério, que vai muito além do emocional. Ela se manifesta no corpo e, quando não identificada, pode trazer sofrimento e confusão para quem sente. Entender esses sinais e procurar ajuda é o primeiro passo para recuperar o bem-estar.

Como a ansiedade afeta o corpo?

A ansiedade é uma resposta natural do organismo ao estresse, ao perigo ou à antecipação de algo desconhecido. Porém, quando essa resposta é intensa, frequente ou desproporcional à realidade, ela deixa de ser funcional — e passa a ser prejudicial.

O corpo entra em estado de alerta constante. Isso gera alterações hormonais e fisiológicas que podem afetar vários sistemas:

🔹 Sistema cardiovascular: aceleração dos batimentos, palpitações, dor ou aperto no peito.

 🔹 Sistema respiratório: sensação de falta de ar, respiração curta ou suspiros frequentes.

 🔹 Sistema gastrointestinal: náuseas, dor abdominal, refluxo, diarreia ou prisão de ventre.

 🔹 Sistema muscular: tensões, dores cervicais, enxaqueca e bruxismo.

 🔹 Sistema imunológico: queda de resistência, infecções frequentes, fadiga crônica.

Esses sintomas podem surgir isoladamente ou em conjunto, o que confunde muitas pessoas e atrasa o diagnóstico correto.

Ansiedade ou doença física? Como diferenciar?

Essa é uma dúvida comum — e válida. A recomendação sempre é procurar um médico para descartar causas físicas, especialmente diante de sintomas como dor no peito ou falta de ar.

Porém, quando todos os exames estão normais, mas o desconforto persiste, é hora de considerar o emocional como causa primária.

⚠️ Atenção: ansiedade não invalida os sintomas físicos. Eles são reais, intensos e incapacitantes. Por isso, precisam ser tratados com a mesma seriedade.

Quando é hora de procurar um psicólogo?

Se você:

✅ Sente sintomas físicos frequentes, mesmo com exames normais

 ✅ Percebe pensamentos acelerados, preocupações excessivas ou medo constante

 ✅ Está evitando situações por medo de “passar mal”

 ✅ Tem crises repentinas de pânico ou falta de controle

 ✅ Sente prejuízo no sono, na alimentação ou na rotina

… então é hora de buscar ajuda profissional. O psicólogo é o profissional que vai te ajudar a entender o que está por trás dessas reações e construir, junto com você, caminhos para retomar o equilíbrio.

A psicoterapia no tratamento da ansiedade

A psicoterapia é um dos pilares no cuidado com transtornos de ansiedade. Ela permite:

🧠 Compreender gatilhos e padrões de pensamento

 🧘‍♀️ Desenvolver estratégias de enfrentamento emocional

 💡 Reestruturar crenças limitantes e reduzir a autocrítica

 💬 Aprender a comunicar medos, limites e vulnerabilidades

 ⚖️ Resgatar o controle sobre o corpo, a mente e a rotina

Muitas vezes, o acompanhamento com psicólogo pode ser associado a consultas com psiquiatra e, se necessário, uso temporário de medicação. O importante é que o cuidado seja completo e respeitoso com sua história.

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A ansiedade não tem cara. Ela pode estar por trás de crises de choro, dores que ninguém vê, ou de um silêncio carregado. Por isso, o cuidado precisa ser humano, ético e acolhedor desde o primeiro contato.

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Quando o corpo grita, é porque a mente está pedindo atenção. A ansiedade é real, e não precisa ser enfrentada sozinha. Com escuta especializada e tratamento adequado, é possível reencontrar o equilíbrio — e voltar a viver com mais leveza.

Se os sintomas físicos estão dificultando sua rotina, considere que talvez a origem seja emocional. E isso também merece cuidado.